Confira como o novo coronavírus afetou a economia mundial e quais são as perspectivas para o novo normal.
Em dezembro de 2019, na cidade de Wuhan, na China, foi descoberto um vírus que estava por se tornar uma grande preocupação para mundo.
Por conta da sua rápida disseminação e alto poder de contaminação, o vírus, conhecido como Covid-19, não tem afetado apenas o sistema respiratório da população, como também a economia de todos os países .
A pandemia atingiu em grande escala as indústrias globais de produção de materiais para geração de energia fotovoltaica, levando, em especial a China (maior exportadora do mundo desses geradores) a ter uma queda de 17% nas exportações quando comparado à mesma época de 2019.
Outro ponto que tem preocupado as empresas geradoras de energia é o câmbio. Atrelado a outros fatores, o impacto econômico causado pelo coronavírus tem afetado a valorização do dólar e do euro em relação à moeda brasileira e, como a maior parte dos produtos de geração de energia são importados, a dúvida se essa situação é passageira ou duradoura se instala.
Explicando em números como será o impacto na economia
Pelo fato da maioria dos países ainda não terem alcançado o pico de contaminação, ainda é difícil prever como será a variação do PIB brasileiro e mundial. Outro motivo que dificulta a previsão é não saber a quantidade de pessoas que será afetada pelo desemprego e o tamanho do prejuízo que empresas e comércios terão.
A previsão para o crescimento do PIB mundial, antes do surgimento do Covid-19, era de 2,5% e, com esse acontecimento histórico, Angel Gurría, secretário-geral da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), em entrevista à BBC, alegou que este choque econômico é maior que o da crise financeira em 2008.
Mudanças no setor de energia elétrica
Por conta das mudanças de hábito e medidas de isolamento social, os impactos na economia são claros e assustadores. Vemos como consequência direta os impactos no mercado de energia elétrica, que já vem sofrendo em alguns pontos.
Confira alguns pontos que sofrerão alterações:
- construção de usinas geradoras: por conta das medidas de isolamento, o primeiro impacto será na falta de mão de obra e produção de materiais.
Entretanto, esse ponto ainda não é de se desesperar tanto, pois existe folga na capacidade instalada de energia no Brasil, o que significa que não sofreremos falta de energia, mas sim possível atraso das obras.
- mercado livre de energia: isso corresponde a aproximadamente 30% do consumo energético de todo o Brasil.
Com a redução do consumo, as empresas que possuem contrato para atender um consumo pré-estabelecido enfrentarão problemas ao verem que o esperado foi maior que o utilizado, sendo obrigadas a fazer acordos com os fornecedoras de energia.
- demanda contratada: muito parecido com o ponto anterior, as empresas e comércios que têm contrato de demanda com fornecedoras de energia devem pagar uma taxa mínima baseado na demanda previamente contratada. Como o consumo de energia será menor, muitas empresas terão que pagar muito mais do que consumiram.
No caso do contrato já possuir 12 meses, o consumidor tem a possibilidade de solicitar a redução da demanda que foi contratada e, quando tudo se normalizar, subir novamente o pedido.
- importação de materiais: o que mais preocupa este ponto é a desvalorização da moeda brasileira.
Baseado no fim de 2019, quando o dólar fechou em R$ 4,02, o aumento de 25% do dólar, passando de R$ 5 atualmente, assustou muitas empresas, fazendo-as buscarem novos fornecedores para investir no setor.
- implementação da conta-COVID e aumento da tarifa: criada em meados de maio deste ano pelo Decreto 10.350, esta conta, que deve ser paga em até 5 anos, objetiva fornecer empréstimo para distribuidoras de energia como antecipação da receita que essas companhias viriam a receber, se não fosse a diminuição de arrecadação por conta da inadimplência de pagantes após proibição pela ANEL de corte de luz dos consumidores residenciais e unidades de serviços essenciais.Outro fator que incentivou o empréstimo liberado pelo BNDES, de aproximadamente R$ 15 bilhões foi a queda de 20% de uso de energia quando comparada ao consumo do ano passado. O possível aumento da tarifa de energia está beirando os 7% de reajuste.
Como ficará o cenário de produção de energia solar?
Mesmo com todo impacto que a economia sofrerá, o setor de produção de energia fotovoltaica ainda tem chances de crescimento positivo. Um dos principais pontos preocupantes diz respeito sobre a variação do dólar, já que grande parte dos materiais para uso da geração de luz solar é importada.
Entretanto, isso não é visto como um grande empecilho no crescimento deste mercado – o que podemos esperar é que grandes investimentos serão adiados ou repensados. Com a China voltando lentamente às suas atividades e práticas, podemos concluir que esse item não se tornará um problema a longo prazo.
O uso da energia solar tem influência direta na economia dos custos fixos que uma empresa têm, possibilitando um saldo positivo no fluxo de caixa a longo prazo, auxiliando muito nos momentos de crise.
Com a possibilidade de financiamento onde o investimento não aumenta os custos da companhia, já que o valor da conta de energia é substituído pela parcela do financiamento entre os primeiros 4 a 6 anos, e nos próximos 20 anos o cliente será beneficiado com a economia de quase 95% na conta de luz.
Enquanto isso, as empresas de produção de energia solar devem rever suas estratégias de atuação no mercado (relacionamento com o cliente) e seu volume de estoque e ritmo de obras, lembrando sempre que a energia limpa está se tornando a melhor opção, deixando para trás o petróleo, por exemplo.